De repente me vi frente a duas meias diferentes. Uma felpuda e já amaciada e muito cofortável. A outra era nova. Mais fininha e mais justa. Roupa nova sempre me deixa com vontade de usar logo depois de adquiridas.
Na verdade nem faz frio pra usar meias. Näao, faz sim. Umas meias agora cairiam muito bem. As duas meias tem lugares pra colocar os dedinhos, e um ponto de interrogacäo paira sobre meu juízo. "Porque tanta dificuldade em escolher uma meia?" Vocë deve estar se perguntando. E eu te repondo que säo meias especiais, e já näo consigo me imaginar sem elas (inclusive a nova). Que apegada, näo?
Vou escolher a meia mais justinha. Nem faz TANTO frio assim. Espero que felpuda meia de dormir, e sair de chinelos näo se rompa com o tempo guardada na gaveta. Afinal, é a melhor meia que já tive na vida.

Está nublado, faz mais de um mês que eu só uso preto. To numa felicidade que não cabe em mim.
Um senhor pra quem eu perguntei informação, me perguntou se eu era de Buenos Aires, hoje.
Acabo de chegar da Praça do Congresso, onde estavam o Yoni e o Guilherme. Saí mais cedo da aula (na verdade fui só entregar um trabalho), ganhei bronca da professora louquinha e fui ao encontro deles. Existem coisas na vida que valem mais que qualquer fortuna imaginável. E dar um abraço no Yoni valeu isso. O Yoni é um garoto que eu conheci quando morei em Israel no ano de 2005. A família dele (Pai e mãe brasileiros) recebia alunos, da escola onde eu estudei. E me receberam boa parte do ano. Com braços muito abertos, o Yoni principalmente. Me levavam pra viajar, me presenteavam com entradas pra festivais de música, me levavam pra passar as datas festivas na casa da família, com almoços e jantares, aniversários, enfim... Me tratavam com alguém da família. O Yoni ta passando um tempo em Porto Alegre e hoje ele e o Guilherme (Garoto de Porto Alegre também) com quem eu morei quando estive na “Terra Santa”, me ligaram dizendo que estavam chegando em Buenos Aires (vieram para o jogo do Inter que vai ter em Quilmes), e iam ter um tempinho pra me dar um abraço se eu fosse encontrar com eles. Prontamente avisei a professora e fui. Por pouco não chego a tempo. Foram cerca de 20 minutos o tempo que passei conversando com eles, mas valeu de uma forma gigante no meu coração.
Vim sorrindo o caminho inteiro até chegar em casa.
Anteontem conheci Belgrano. Acho que vou procurar apartamento por lá próximo mês. Fui num lugar que chama Bairro Chino (dentro de Belgrano). Nunca fui na Liberdade, em São Paulo, mas imagino que seja parecido.
Ontem conheci San Izidro de dia. Passeei e tomei mate. Já sou quase uma porteña, tomo mate até sozinha em casa. San Izidro é um dos lugares mais lindo que já vi. Não sei se é porque tem muito tempo que não vejo uma beleza mais “natural” e to me acostumando com o clima de Buenos Aires, mas me pareceu um lugar perfeito para se viver.
Me dá vontade de gritar aos quatro ventos as freqüências do meu coração.
Foto em San Izidro.

"Inteira"

Venho percebendo muitas mudanças quanto a meus hábitos e comportamentos. Primeiro essa mudança de gostar de estar só (acho que foi a maior até agora). Segundo a certa tranqüilidade relacionada a “problemas” (entre aspas porque na verdade não chegam a ser problemas), para lidar com algumas atitudes que em outros tempos me deixariam fora de eixo. Não me estendo aqui, porque são atitudes que não dizem respeitos só a mim, mas em suma, a minha forma de ver as coisas mudaram, e agora eu me sinto mais ponderada e vejo algumas coisas com uma claridade que antes não via. É como se diminuísse um pouco do desespero e da insegurança para com algumas situações. Não sei se me faço clara. E em escalas menores, algumas mudanças quanto a uma rotina. Agora eu gosto de usar relógio, apesar de continuar detestando o “tic-tác” que ele faz. O meu graças a Jáh é silencioso. Tenho tomado café todos os dias, e isso é uma mudança radical em meus hábitos alimentares. Nunca fui de tomar café da manhã. Em compensação, como o fato de que minhas aulas são na maioria das vezes, no meio da tarde, acabo não almoçando. O café da manhã reforçado ajuda nesse ponto. Adoro limpar a casa e sentir aquele cheirinho de limpeza depois, principalmente quanto acendo o aromatizador depois da faxina (será que isso interessa a alguém? Hehehe).
Na faculdade vai tudo bem. Tive duas provas essa semana, uma de semiologia e outra de pensamento científico. A de semiologia respondi só metade, porque fiz um rascunho e a professora me “arrancou” a prova quando deu o tempo (nota: próxima vez, nada de rascunhos) e o professor de semiologia prática disse que talvez no exame prático final (que vai ser uma pequena monografia) eu possa escrever em português, o que me deixou feliz. A prova de pensamento científico eu não faço nem idéia de como fui. Estou melhorando em desenho, estão ficando mais bem feitos e eu to começando a entender e gostar da matéria. A professora elogiou meu progresso. Em proyectual a professora também tem falado que eu tenho progredido, mas ela é meio louquinha e eu nunca sei se ela fala pra se livrar de meus questionamentos ou se realmente eu tenho progredido e pode ser que ela me passe. Algumas pessoas na faculdade são bem legais comigo. Se esforçam pra me ajudar, me chamam pra sair, se importam.
Esse final de semana fiquei doente, passei o domingo inteiro fazendo trabalho, mas foi perfeito. Vi um dos melhores shows de minha vida. Ed Motta é incrível e eu não acredito que precisei vir a Bs. As. Pra ouvir esse homem. Foi quase uma Jam, os músicos mais que copados.
Fora isso a Bahia ta invadindo a Argentina. No aniversário da cidade Caetano tocou e recebeu o título de cidadão e no bicentenário Gil vai tocar e eu voooou!
Acho que é isso... Espero não ter “aburrido” muito vocês.

É diferente quando a gente vai se dando conta de que seu lugar pode não ser exatamente o lugar físico em que você se encontra. E mais diferente ainda, quando você vai perdendo um pouco da noção do que é o “seu lugar”.
Fez dois meses que eu cheguei em Bueno Aires, mas parece mais que foram seis.
Já me senti plena, já me senti vazia. Estou começando a descobrir as maravilhas do que é morar só. Ás vezes torço pra terminar o que tenho que fazer em qualquer lugar, só pra estar sozinha em casa. Estou começando a ver beleza nas pessoas daqui.
Meu coração anda vagabundo como só Caetano poderia explicar. Com isso, vem um pouco do vazio, um vazio que inunda o sentido que deveriam ter as coisas. E por falar em Caetano, vi um show dele, de graça, numa praça daqui. Foi lindo.
Meu computador está com vírus e por isso não posso baixar discos, entrar no msn, ver filmes... Me angustia um pouco, mas vou achar alguém pra fazer uma formatação.
Cada semana tem sido de uma intensidade diferente, essas duas últimas sem sombra de dúvidas, foram as melhores.
Descubro a casa dia que passa, como venho me tornando uma pessoa bem resolvida. Isso tem me deixado satisfeita. Mas ainda tenho muito trabalho pela frente.
Sinto muita saudade de casa, dos amigos, do amor e do carinho com o qual melhor me acostumaram, mas vou seguindo, as vezes forçadamente, as vezes(como esses últimos tempos) de forma leve e inteira.
Foto tirada por Ila na semana passada, na Plaza Serrano, em Palermo.

Conquistando a vida porteña!

Estou fazendo uma demorada pesquisa sobre queijos. Para começar, Brie e Camembert são praticamente iguais, e queijo de cabra é o que há! To apaixonada!!!!!
Decidi que vou comprar um vinho por semana. Já tenho um aqui. Dia desses eu abro pra experimentar.
To tentando curar meu mate sem que fique com fungos depois. Estou tendo umas dificuldades, mas me mandaram colocar alguma bebida alcoólica agora. Comprei a vodka mais barata de todas e vou tentar hoje.
Uma caixa do supermercado já sabe meu nome e super conversamos. Todo mundo pra quem eu sorrio, sorri de volta. Os porteiros da rua me cumprimentam quando eu vou pra a faculdade e todos os que trabalham na vendinha do lado também.
Fiquei muito emocionada com as homenagens do blog que Pó criou.
Dinho continua sendo incrível comigo.
A faculdade ta pegando pesado, mas ta legal. Espero dar uma melhorada massa nas minhas notas, to me esforçando. Já estou falado espanhol um pouquinho melhor.
Conheci pessoas legais esses tempos. To feliz com isso. Ainda me sinto culpada de sair, acabo sempre indo dormir tarde e acordo cansada pra estudar. Mas como diz Gabriel: “Jovem tem mais é que se fuder”.
To incrivelmente feliz. Minha “regra” veio e não me trouxe desequilíbrio pela primeira vez em muito tempo.
Essa madrugada eu tive minha primeira “pesadilla”. Acordei assustada, mas depois consegui voltar a dormir. Eu tava cansada na terça, mas consegui “esfriar” muito a cabeça. Ou fazer ela, se é que vocês me entendem.
Agora pequeno dicionário:
Chapar e Transar = Ficar (se um(a) argentino(a) te chamar pra fazer um dos dois, não se confunda. Ou melhor... se confunda sim. hehehehe)
Já disse que queijo de cabra é o que há?

Ismos e entos

Às vezes perdemos o foco, fica tudo um pouco embaçado.
Andei uns dias um pouco desfocada.
Tenho aprendido que eu não estou solitária. Tenho aprendido que adoro estar sozinha. Tenho aprendido que eu existo pra ser livre, e nada pode me tirar isso. Minha liberdade é tão completa que mesmo o que me limita é por pura vontade minha, e vamos e convenhamos, não existem limites na minha vida.
Tenho aprendido também um pouco do que é se esforçar. Outro dia aclarei minhas idéias quantos aos momentos de vazio e confusão, onde a vontade e empolgação para com as coisas desaparecem. Bom, espero que continuem iluminadas.
Vamos às novidades: As coisas na faculdade estão caminhando, o desespero está passando, a animação vem e vai, os professores são ótimos, os colegas estão se mostrando pessoas legais também, meus horários são cretínos, meu vocabulário está aumentando. Não tenho saído muito, adoro ficar em casa, seja estudando, vendo filme, ou de bobeira. To engordando e pensando em entrar em algum tipo de grupo de atividade física ou lúdica, ou os dois. Ontem fui a um aniversário, conversei com pessoas legais. Hoje fui a San Telmo conhecer a Letícia a amiga de Kenio e a mãe dela. Que pessoas lindas, velho! Fiquei feliz ao lado delas. Comprei minha primeira caneca térmica e uma blusa com Lenon. Fiz uma salada bala, to ficando especialista nelas. Kinder Bueno é o melhor chocolate, ever! Hoje teve a minha primeira chuva de granizo! Eu era só emoção com as pedrinhas batendo na minha janela! Uhuuuuuuuuuuuuuuu! Ainda bem que eu tava em casa, já. Amanhã vou sair pra algum lugar depois da aula. Não sei onde ainda e nem com quem, mas vou! To ouvindo Jethro Tull e adorando.
De uns tempos pra cá venho aprendendo comigo mesma, de forma sincera e honesta, ou seja, aquele aprendizado que crava na carne, que as pessoas precisam ser cuidadas dentro da gente. E o importante mesmo não é a relação que você tem com elas, pra elas e sim a relação que você tem com elas pra você. E quando eu digo relação não é a de se ver, brigar, estudar ou dar um rolê, mas sim a relação de contruiu e independente de existir ou não num plano físico, existem no seu coração. A paciência é a chave da vida sem rugas de expressão. Tenho exercitado minha auto-análise e sempre tentando descobrir de onde vem o meu incomodo. Isso me deixa mais livre e mais consciente dos meus sentimentos. Tenho tentado me dar conta de todos os sentimentos físicos da angustia, tristeza, ou seja lá o nome que damos pra cada sentimento que nos aparece e nos incomoda. Nosso estomago é sem sombra de dúvidas o centro de todos eles.
Sem mais delongas, preciso de certo egoísmo, de certo individualismo, de certo internamento, de certo discernimento, de certo acompanhamento, comigo mesma.
Foto em San Telmo

Estou num dilema espiritual entre Nelson Rodrigues e Clarice Lispector. Mas até que tenho me segurado bem.
Hoje eu estou numa preguiça mortal. Tinha tempo que não passava uma tarde sem fazer nada. To sem coragem de estudar meus textos, fazer minhas obrigações e coisa e tal. E olhe que nem estou achando as matérias “aburridas” nem nada. Preguiça MESMO. Sem saber se queria estar em casa ou aqui. Aquele sentimento que de vez em quando a gente tem e fica com preguiça de desvendar de onde vem. Bom, nesse instante eu não quero desvendar o que eu gostaria de estar fazendo, onde e muito menos com quem. Queria parar o tempo, pra ficar inerte, só pensando, sem ter que me preocupar que daqui a umas 18h eu tenho que estar na sala de aula com um monte de textos de semiótica (em espanhol arcaico – diga-se de passagem) lidos e interpretados. Fora um grande texto sobre a iniciação do pensamento científico sobre (sobre o que mesmo? Ainda não li) pra a aula seguinte dessa. Não que eu não goste. Gosto muito até. Mas sabe aqueles dias da falta de coragem? TO NELES!
Dinho veio semana passada. Me deixou na saudade... Fiz manha até não poder mais, enrolei na cama até não poder mais, abracei e beijei até não poder mais. Não posso mais...
Fomos no Caminito, em San Telmo, na Recoleta (que é onde eu moro), no cemitério (onde tiramos essa foto), na Av. Libertador...
Ele foi e Jamile veio. Conheci Jamile aqui. Ela é de Salvador também e está passando a semana aqui em casa. Era pra ela já ter voltado, mas resolveu ficar mais uns dias aqui e pediu uma força, já que teve que sair do apartamento que tava alugando. Bom, está sendo legal. Ela é uma pessoa bacana e bem tranqüila. É bom chegar em casa e não estar sozinha, comer com alguém, conversar...
Na faculdade ta legal. Ontem conversei com uma menina que se parece com a gente. Foi muito gentil. Vou ver se chamo ela qualquer dia pra fazer alguma coisa. Conheci também uma chilena gente boa. Aos pouquinhos acho que vou me ajeitando.
To ouvindo um texto de Lispector que fala muito de mim. Acho que saí da cabeça dela. Vou dividir isso com vocês também: http://www.youtube.com/watch?v=E5CX_PX0gVs Espero que vocês igualmente compartam dessa experiência comigo. Dinho que me apresentou.
Hoje acordei ás 7h da manhã e ainda estava escuro. Passei o resto do dia em casa. E continuo em casa sem querer sair. As meninas me chamaram pra fazer várias coisas, mas to sem vontade de sair. Amanhã eu quero fazer algo. Hoje não.
Hoje acho que to com preguiça de pensar como Clarice. Com aquela falta de coragem que comentei lá em cima, de desvendar de onde vem minha angústia. Mas talvez seja essa falsa ilusão de que eu amo realmente as coisas. Sem muitas vezes perceber que não aceito minha natureza, sempre achando que só porque contive meus crimes eu me acho de amor inocente. E como eu posso amar a grandeza do mundo se não posso amar o tamanho de minha natureza?

Começa do a parte boa

A começar que não tive forçar pra sair... hauhauhuhuhuhuahau
Sábado de manhã Jamile me chamou pra viajar com ela e Mari. Topei logo.
Passei o final de semana em Rosário. Cidade linda. Quero sair da fria (apesar de quente) Buenos Aires para a caliente cidade de Che!
Fomos pra a casa de um amigo de Jamile que mora lá. Luis, cara fantástico. Nos recebeu em sua casa de forma muito acolhedora. Chegamos sábado de noite, ele foi pegar a gente na rodoviária, daí fomos tomar uma cerveja e depois um banho na casa dele. De lá fomos pra uma boite tipo a Fashion Club (não lembro o nome da nova que entrou no lugar), que ele arranjou umas entradas. Pra variar eu dormi em um sofá que tinha por lá. Esse Luis é apaixonado por Salvador, pelo carnaval e pelo arrocha, axé e pagode. Tem um grupo de dança baiana em Rosário. Dança em festas, casamentos... huahauhauahuahua Figura demais. Carnaval que vem vocês vão conhecê-lo. Ele vai todo ano. No dia seguinte ele levou a gente pra fazer um tour pela cidade. Conhecemos todas as coisas lindas de lá. Levou a gente pra uma feira de brechós. E mostrou a praia de rio que eles tem lá.
Segunda eu tive meu primeiro dia de aula. Foi ótimo e já tenho trabalho e textos pra ler. Um monte pra falar a verdade. Tava precisando. Tive uns probleminhas com números de sala e coisas assim, mas já está tudo resolvido.
Essa semana não tem mais aula. Nem quinta, nem sexta (páscoa aqui é igualzinho) e sábado enforca (tenho aula no sábado)
Dinho chegou ontem 18h30min. Era pra ele ter chegado as 14h mas teve um problema de horários de chegada e saída de vôo em São Paulo. Quando ele chegou lá o avião pra Buenos Aires já tinha partido. Daí ele pegou outro depois. Nisso ele me ligou pra avisar de São Paulo e eu já tava indo pegar ele. O taxista que eu acertei de pegar ele me ofereceu de me pegar em casa antes. Acabou que o taxista me chamoju pra ir almoçar com ele, e ficamos rodando de carro pela cidade e conversando durante as 5h antes de Dinho chegar. Achei massa. Cara super gente fina, me levou num lugar de comida barata e gostosa e que ainda por cima fica na frente de uma reserva ecológica bala. Ainda fui numa idadezinha pequenininha onde vivem as famílias dos pilotos pra tomar um café. Perto do Aeroporto. Chama Cidade Um. Na mesma praça ficam a igreja, o hospital, o mercado, o bar e a escola. Todo mundo se conhece e pra variar, todo mundo conhecia Roberto (o taxista).
Dinho foi hoje pra a faculdade comigo e agora ta dormindo aqui do meu ladinho. Acho que eu não vou deixar ele voltar.
Mais tarde vamos sair com as meninas pra fazer alguma coisa.

Vou indo... Aproveitar enquanto posso dormir agarradinha.

Bom 25 de março... Já tem um tempo que não escrevo aqui. Acho que vou começar a escrever de 15 em 15 dias. Desde a última vez, já aconteceu uma porção de coisas. E na verdade nada de grande. Conheci algumas pessoas e tenho saído bastante com Mari. Hoje nós fomos ao Café Tortoni, Carlos Gardel era grande freqüentador.
Tenho saído pouco pra festa, mas até que ta rolando. Essa semana eu fui muitas vezes pra o cinema. Ontem conheci um cinema novo. Fui com um amigo, Juan, ver Alice. Não tinha mais pra ver em 3d, então fomos no normal. Gostei bastante, mas ainda quero ir de novo pra ver em 3d.
Saí outro dia pra ir com Alejandro, a namorada dele e mais um amigo deles pra um bar bem bacana que passa filmes nas quartas. Vou tentar ir a um dia que toque jazz.
Ainda não vi um show legal e não vou conseguir ver B.B. King. To triste com isso...
Minhas aulas começam segunda feira. To ansiosa. Dinho chega terça e to mais ansiosa ainda com isso. Ê saudade danada que eu tô.
Está mais fácil de dormir. Tenho até conseguido ficar enrolando na cama, pra levantar, essa última semana. A casa ta ficando com meu jeito, aos pouquinhos e hoje fui colocar minha roupa pra lavar pela primeira vez. Já tem mais de uma semana que eu não tenho rinite. Hoje vou ver se saio pra algum lugar. Depois eu conto se tive forças...
Até de hoje a quinze.

Melhorando!

17 de março de 2010
Bom... Ontem foi ótimo! Saí com Alejandro. Ele foi super gente boa comigo. Trouxe uma câmera analógica pra tirarmos fotos no parque, depois me levou num barzinho que fabrica a própria cerveja. Artezanalzona! Provei uma porção. Chega fiquei meio tontinha, tudo aqui pertinho de casa. Êbaaa! O dia foi bom!! A rinite ta melhorando aos pouquinhos. Hoje procurei uns cursos de espanhol, lavei roupas na banheira e dei um jeito de pendurar no pequeníssimo varal que tem no meu chuveiro, comi uma salada gostosa que eu fiz, fui ao museu de belas artes, vi: Monet, Manet, Van Gogh, Modigliani, Picasso, Pollock, Lautrec, Renoir, Gauguin, Rodin... Tava a galera toda. Ainda tem mais coisas pra ver lá e mais museus pra visitar também. Depois fui num cinema aqui perto. Vi uma comédia romântica, foi legalzinha. Amanhã começa um festival de cinema francês. Super programação. Vou tentar ver o máximo possível. Tomei uma chuva danada hoje. Quando estava saindo do museu já chuviscava, daí resolvi ir ao cinema comi uma torta de limão no caminho, na esperança de que a chuva passasse. Resolvi que vou experimentar torta de limão em lugares diferentes e descobrir a melhor da cidade! Saí do cinema e relâmpagos e trovejadas no céu. Vim correndo pra casa. Toda molhada, me perdi no meio do caminho, porque como não conhecia o shopping, saí pelo lado errado sem perceber. Cheguei sã e salva!!!

Rinite

18h, 15 de março de 2010
Ainda estou mal da rinite. Tenho dormido bem mal ultimamente. Hoje tomei café da manhã e derrubei suco no carpete. Pra que colocar carpete num apartamento? Eu me pergunto. Enche de poeira, (imagino que 85% da população deva ter problemas com poeira, não?) se cair líquidos vai manchar com certeza, e limpar nem pensar. Joga um negócio em cima pra o açúcar não ficar tão forte e espera secar. Ou então contrata aquelas empresas especializadas... (sou estudante minha gente! E as plantinhas da minha janela, infelizmente não fazem florescer dinheiro). Acabei de passar aspirador novamente no apartamento. Fui mais agressiva dessa vez. Espero que dê uma melhorada.
Fui à faculdade hoje, saber de minha inscrição e levar umas fotos que faltavam. Toda vez que vou lá, fico ansiosa pra ter aulas. Lugar lindo demais! Quando estava esperando pra pegar o ônibus pra ir lá, olhei pra trás e reparei numa vitrine de um pet shop. Tinha um homem secando um cachorro muito fofinho. Ele tava enxugando o bichinho com tanto carinho e parecia estar tão gostoso ali, que senti uma inveja boa do cão. Que vontade de ter alguém pra dar um afago com carinho... Um abraço já tava bom. Dizem que é nessas horas que a gente percebe como nossos amigos e nossa família são importantes. Graças a deus eu sou uma pessoa que nunca tive problemas de reconhecer a importância deles na minha vida. Fiquei tão distraída com o pós-banho do cachorro que quase perco o ônibus.

22h
Voltei! Fui ao mercado, comprei várias coisas, fiz um jantar mais ou menos saudável. Macarrão com creme de leite e atum. Estava gostoso. Quem disse que macarrão e atum salvam? CERTÍSSIMO!!! Fiquei meio triste agora de noite. Saudade de casa.
Um garoto que conheci na rua outro dia me chamou pra fazer algo hoje começo da noite (já disse que aqui anoitece oito pra nove da noite?). Ficou de me ligar 20h, mas só me ligou ás 21:30 e queria sair umas 23h porque tem um jantar de aniversário dele (que é amanhã) com a família. Mas to meio cansada. Essa rinite ta me matando. Meu nariz já ta ardendo de sensível (sabem como é? Quem é alérgico sabe). Bom.. ficou de sair comigo amanhã de tarde pra tomar um café. Fiquei feliz com isso. Tomara que dê. Vou ficar por aqui. Tomar um banho pra dormir. Boa noite!

Acostumando

13 de março de 2010
Ontem me senti um pouco mal. Liguei chorando pra minha mãe, com saudades e vontade de um abraço e um cafuné... Difícil chegar num lugar sem conhecer ninguém. Mas eu até tenho sorte. Encontrei umas pessoas de coração aberto aqui. Hoje passei o dia com uma energia positiva. Vi lindas pessoas, ouvi musicas boas, andei pelas ruas perto da minha casa, comi muito sorvete. Acho que o melhor sorvete que já comi. Desde que cheguei, já provei o melhor sorvete e a melhor pizza da minha vida.
Isso me faz lembrar de Marcelo. O cara que me ajudou aqui. Ele tem um sonho de montar uma pizzaria no Rio Vermelho, com a pizza igual a que eu provei. A pizzaria teria shows, bazares, desfiles, videoart, quadros (com um dia especial pra cada)... Cada parte da decoração seria feita por um artista plástico, levando o nome e tudo teria preço, pra ser comprado. Seriam mesas baixas e cadeiras confortáveis e baixas também. Os garçons e garçonetes seriam jovens e tudo seria iluminado e colorido. VELHOOOOO! Já imaginei a gente participando disso. Eu e Nath expondo fotos, Gabriel e Caio exibindo vídeos, Dinho tocando, Expinho atuando, Imaginei as coisas de Marinnex em exposição, Iana desfilando, os quadros de Rafa pendurados, Pó gerenciando e fazendo a curadoria... Todo mundo de alguma forma ajudando. Quando eu chegar aí, vamos ver se dá certo encontrar um lugar assim.
Ontem saí com duas meninas de Salvador. Uma fotógrafa e a outra cineasta. Estão fazendo cursos aqui. Adorei as duas. Fomos num bar legal e depois numa festa na casa de alguém. Conversei pouco mas ouvi muito. Tinha gente do mundo todo, falei espanhol, falei português, bebi vinho e um pouco de cerveja (mas acho que já estou velha pra essas coisas. Cansei logo, dormi no sofá). Hoje resolvi ficar em casa. To com muita rinite. Imagino que seja o carpete do apartamento. Amanhã vou passar o aspirador.
To assistindo pela milionésima vez “Encontro Marcado” (com legenda em espanhol). Amei falar com vocês. Esquentou meu coração. Espero que tenha sido bom o show do Buena Vista e que vocês tenham cuidado de minha mãe com carinho. Adoraria estar com vocês vivenciando isso. E adoraria ter vocês aqui pra fazerem um piquenique na grama e ver o show de dois violinistas que vi hoje, na praça. Foi incrível.
To com a blusa de gabriel agora. Já to usando tem duas semanas, mas não tenho coragem de colocar pra lavar, com medo de que não seque a tempo pra dormir de novo. Amanhã vou tentar ir ao museu de arte moderna daqui, se estiver aberto. Segunda vai ser um dia mais longo, já tenho coisas pra fazer. Vamos manter as boas vibrações, que está tudo dando certo.
(amanhã continuo...)

14 de março de 2010(...)
Bom... Ontem acabei não saindo. Tava com muita rinite por causa do carpete. Fiquei vendo o filme e fui dormir. Acordei, arrumei as coisas, passei aspirador (não tão bem, diga-se de passagem), fiz mercado, lavei pratos, calcinhas...
De tarde encontrei Mariana e fomos ao Jardim Japonês. Pequeno mas muito lindo. Pensei em comprar uma orquídea (tem um grupo aqui que é especializado em orquídeas. Com concurso e tudo. Vou ver se vou a alguma palestra) pra o pai de Pó e um bonsai pra minha mãe. Depois fiquei pensando como seria pra viajar de avião com plantas... Desisti. Vou procurar saber das companhias aéreas.
Íamos pra o cinema, mas Mari ta meio gripada. Achamos melhor ficar em casa. Ficamos conversando. Ela me ensinou a fazer arroz e lentilha, a colocar crédito no Skype e a mexer um pouco no facebook. Apredi várias coisas hoje. Recebi várias ligações e fiquei felizona. Virgínia me ligou pra saber como eu tava, depois Dinho (que me deixou com mais saudades ainda) e depois Marcelo pra saber se eu tava bem e me adaptando direitinho com a vida mais solitária. Bom... acostumando eu to. Não tem jeito! Mas prefiro morar com gente que eu amo. Moro fácil com minha mãe a vida toda. Ela que talvez não me ature tanto tempo... hehehehehe Depois lí os e-mails de Daniel e Bailarina... Owww velhoooo! É tão bom saber que vocês existem!
Hoje meu dia foi ótimo. E já está ficando mais frio.

Começo

Começa aqui um diário de viagem dessa experiência que vai ser meu tangobaiano. Tudo junto e misturado.

Bom, é melhor começar do começo. Foi difícil passar o último dia aí. Ainda mais que não pude estar até o último segundo na minha casa, rodeada por todos que amo. Mas foi bom ter visto todos vocês no aeroporto. Foi bom sentir o carinho de vocês.
No primeiro dia cheguei de madrugada. Foi cansativo. Tive que passar pelas migrações daqui. Fazer uma série de tramites e tudo. E fui pra casa de Ane. Dormi lá. Na manhã seguinte não encontrei meu passaporte. Me desesperei. Voltei ao aeroporto. Procurei pela empresa de táxi que havia pegado, fiz uma denuncia na polícia federal. Procurei por tudo. Perguntei ao porteiro... Imagina que estava de baixo de uma mala que não era nem minha e nem de Ane? Não faço idéia de como foi parar lá. Me serviu pra prestar bastante atenção nos documentos. No dia seguinte fomos para a faculdade pra nos matricular e descobrimos que tínhamos que fazer a legalização do histórico em um outro lugar. Fomos de manhã cedo nesse lugar pra fazer. Fizemos. E fomos na faculdade pra fazer tudo. E “Listo”, como se diz aqui. PRONTO! Posso respirar aliviada. Na quinta tentamos ir entregar um documento pra ser feito o DNI (Documento Nacional de Identidade) Mas tinha que marcar por telefone... Adivinha pra quando tem horário... SÓ PRA JUNHO GALERA!!!! Agora foi a dificuldade de procurar apartamentos. Saí no dia seguinte da casa de Anne. Aí já estávamos na sexta. Procurei apartamentos com Felipe, a mãe e a tia dele. Não conseguimos nada. De noite vim pra a casa de Marcelo. Ele estava com seu outro amigo Marcelo. ENFIM GENTE COMO A GENTE! Conversamos muito sobre tudo. Já estava tarde, mas continuamos conversando, comendo e bebendo vinho. Aqui é costume beber champagne. Bebemos também. Marcelo dividiu sua cama comigo esses dias, me deu comida, orientação, companhia e sempre me respeitando muito. Ele me levou pra comer a melhor de todas as pizzas que já comi. Me disse que quer morar em Salvador e abrir uma pizzaria no Rio Vermelho. Depois conto como vai ser a pizzaria. Vocês vão querer participar disso.
Passamos o final de semana procurando um lugar pra eu ficar. Caminhamos muito. Ele me ensinou a “ubicarme” (situar-me).
Segunda, encontrei um apartamento que gostei e que estava ao alcance financeiro. Esperei poder sacar tudo em dinheiro para poder assinar o contrato e hoje de noite, creio que já estarei na nossa casa porteña! Fica perto de um parque lindo! E pelo menos eu só preciso tomar um ônibus até a faculdade.
Os dias estão bem quentes. Fazendo calor!!!
Estou fazendo uma programação pra meu final de semana solitário. Mas está sendo bom pra me conhecer. Aproveitar minha companhia não é tão aterrorizante assim. Creio que sou boa companheira de mim mesma. Ontem foi um dia que não tive muito o que fazer. Ouvi muito Caetano, Gil, Ed Motta e Fernanda Takai. Li um pouco do livro de Bioy que Neldo me deu (reconheço muitos lugares do livro e melhor... como o livro é antigo, consigo ver os lugares como eram antigamente na minha cabeça). Vi muitas fotos nossas, senti saudades. Fiquei feliz por estar tudo bem. A saudade está sendo saudável por enquanto. Tenho dormido todos os dias com os beijos nos olhinhos, de Gabriel. Tenho andado sempre com a moeda da sorte de Dinho e a pulseira de Kenio. Acho que tem me ajudado. Até agora tive sorte com tudo. Tenho tentado manter meus pensamentos positivos. E está tudo positivo de verdade. Essa semana vou tentar conhecer melhor as coisas daqui. Conseguindo ou não, companhia. O quadro do “We Can” de Mari, continua na mala por não ter como colocar em outro lugar. Mas hoje a noite estará em minha mesa, na minha casa. E durante o dia, em pensamentos, nunca duvido de que “WE CAN!”. Pra quem não sabe, a pimenta de Xuxu não veio comigo. Mas a primeira pessoa que vier me visitar, por favor, TRAGA! E lembre de despachar junto com a mala. Aguardo vocês para uma visita no meu cantinho. Não demorem de vir. Final do ano to de volta... Enquanto isso... Agente vai se acompanhando por aqui.
BESOS!!!