sexta-feira, 9 de abril de 2010


Estou num dilema espiritual entre Nelson Rodrigues e Clarice Lispector. Mas até que tenho me segurado bem.
Hoje eu estou numa preguiça mortal. Tinha tempo que não passava uma tarde sem fazer nada. To sem coragem de estudar meus textos, fazer minhas obrigações e coisa e tal. E olhe que nem estou achando as matérias “aburridas” nem nada. Preguiça MESMO. Sem saber se queria estar em casa ou aqui. Aquele sentimento que de vez em quando a gente tem e fica com preguiça de desvendar de onde vem. Bom, nesse instante eu não quero desvendar o que eu gostaria de estar fazendo, onde e muito menos com quem. Queria parar o tempo, pra ficar inerte, só pensando, sem ter que me preocupar que daqui a umas 18h eu tenho que estar na sala de aula com um monte de textos de semiótica (em espanhol arcaico – diga-se de passagem) lidos e interpretados. Fora um grande texto sobre a iniciação do pensamento científico sobre (sobre o que mesmo? Ainda não li) pra a aula seguinte dessa. Não que eu não goste. Gosto muito até. Mas sabe aqueles dias da falta de coragem? TO NELES!
Dinho veio semana passada. Me deixou na saudade... Fiz manha até não poder mais, enrolei na cama até não poder mais, abracei e beijei até não poder mais. Não posso mais...
Fomos no Caminito, em San Telmo, na Recoleta (que é onde eu moro), no cemitério (onde tiramos essa foto), na Av. Libertador...
Ele foi e Jamile veio. Conheci Jamile aqui. Ela é de Salvador também e está passando a semana aqui em casa. Era pra ela já ter voltado, mas resolveu ficar mais uns dias aqui e pediu uma força, já que teve que sair do apartamento que tava alugando. Bom, está sendo legal. Ela é uma pessoa bacana e bem tranqüila. É bom chegar em casa e não estar sozinha, comer com alguém, conversar...
Na faculdade ta legal. Ontem conversei com uma menina que se parece com a gente. Foi muito gentil. Vou ver se chamo ela qualquer dia pra fazer alguma coisa. Conheci também uma chilena gente boa. Aos pouquinhos acho que vou me ajeitando.
To ouvindo um texto de Lispector que fala muito de mim. Acho que saí da cabeça dela. Vou dividir isso com vocês também: http://www.youtube.com/watch?v=E5CX_PX0gVs Espero que vocês igualmente compartam dessa experiência comigo. Dinho que me apresentou.
Hoje acordei ás 7h da manhã e ainda estava escuro. Passei o resto do dia em casa. E continuo em casa sem querer sair. As meninas me chamaram pra fazer várias coisas, mas to sem vontade de sair. Amanhã eu quero fazer algo. Hoje não.
Hoje acho que to com preguiça de pensar como Clarice. Com aquela falta de coragem que comentei lá em cima, de desvendar de onde vem minha angústia. Mas talvez seja essa falsa ilusão de que eu amo realmente as coisas. Sem muitas vezes perceber que não aceito minha natureza, sempre achando que só porque contive meus crimes eu me acho de amor inocente. E como eu posso amar a grandeza do mundo se não posso amar o tamanho de minha natureza?

2 comentários:

  1. Bequinha, prefira sempre Clarice a Rodrigues. E quanto à preguiça, às vezes também é algo a se curtir. Mas, de uma maneira geral, "aproveite o dia"! E não perca seu foco!! Beijão.

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