quinta-feira, 29 de abril de 2010

Conquistando a vida porteña!


Estou fazendo uma demorada pesquisa sobre queijos. Para começar, Brie e Camembert são praticamente iguais, e queijo de cabra é o que há! To apaixonada!!!!!
Decidi que vou comprar um vinho por semana. Já tenho um aqui. Dia desses eu abro pra experimentar.
To tentando curar meu mate sem que fique com fungos depois. Estou tendo umas dificuldades, mas me mandaram colocar alguma bebida alcoólica agora. Comprei a vodka mais barata de todas e vou tentar hoje.
Uma caixa do supermercado já sabe meu nome e super conversamos. Todo mundo pra quem eu sorrio, sorri de volta. Os porteiros da rua me cumprimentam quando eu vou pra a faculdade e todos os que trabalham na vendinha do lado também.
Fiquei muito emocionada com as homenagens do blog que Pó criou.
Dinho continua sendo incrível comigo.
A faculdade ta pegando pesado, mas ta legal. Espero dar uma melhorada massa nas minhas notas, to me esforçando. Já estou falado espanhol um pouquinho melhor.
Conheci pessoas legais esses tempos. To feliz com isso. Ainda me sinto culpada de sair, acabo sempre indo dormir tarde e acordo cansada pra estudar. Mas como diz Gabriel: “Jovem tem mais é que se fuder”.
To incrivelmente feliz. Minha “regra” veio e não me trouxe desequilíbrio pela primeira vez em muito tempo.
Essa madrugada eu tive minha primeira “pesadilla”. Acordei assustada, mas depois consegui voltar a dormir. Eu tava cansada na terça, mas consegui “esfriar” muito a cabeça. Ou fazer ela, se é que vocês me entendem.
Agora pequeno dicionário:
Chapar e Transar = Ficar (se um(a) argentino(a) te chamar pra fazer um dos dois, não se confunda. Ou melhor... se confunda sim. hehehehe)
Já disse que queijo de cabra é o que há?

domingo, 18 de abril de 2010

Ismos e entos


Às vezes perdemos o foco, fica tudo um pouco embaçado.
Andei uns dias um pouco desfocada.
Tenho aprendido que eu não estou solitária. Tenho aprendido que adoro estar sozinha. Tenho aprendido que eu existo pra ser livre, e nada pode me tirar isso. Minha liberdade é tão completa que mesmo o que me limita é por pura vontade minha, e vamos e convenhamos, não existem limites na minha vida.
Tenho aprendido também um pouco do que é se esforçar. Outro dia aclarei minhas idéias quantos aos momentos de vazio e confusão, onde a vontade e empolgação para com as coisas desaparecem. Bom, espero que continuem iluminadas.
Vamos às novidades: As coisas na faculdade estão caminhando, o desespero está passando, a animação vem e vai, os professores são ótimos, os colegas estão se mostrando pessoas legais também, meus horários são cretínos, meu vocabulário está aumentando. Não tenho saído muito, adoro ficar em casa, seja estudando, vendo filme, ou de bobeira. To engordando e pensando em entrar em algum tipo de grupo de atividade física ou lúdica, ou os dois. Ontem fui a um aniversário, conversei com pessoas legais. Hoje fui a San Telmo conhecer a Letícia a amiga de Kenio e a mãe dela. Que pessoas lindas, velho! Fiquei feliz ao lado delas. Comprei minha primeira caneca térmica e uma blusa com Lenon. Fiz uma salada bala, to ficando especialista nelas. Kinder Bueno é o melhor chocolate, ever! Hoje teve a minha primeira chuva de granizo! Eu era só emoção com as pedrinhas batendo na minha janela! Uhuuuuuuuuuuuuuuu! Ainda bem que eu tava em casa, já. Amanhã vou sair pra algum lugar depois da aula. Não sei onde ainda e nem com quem, mas vou! To ouvindo Jethro Tull e adorando.
De uns tempos pra cá venho aprendendo comigo mesma, de forma sincera e honesta, ou seja, aquele aprendizado que crava na carne, que as pessoas precisam ser cuidadas dentro da gente. E o importante mesmo não é a relação que você tem com elas, pra elas e sim a relação que você tem com elas pra você. E quando eu digo relação não é a de se ver, brigar, estudar ou dar um rolê, mas sim a relação de contruiu e independente de existir ou não num plano físico, existem no seu coração. A paciência é a chave da vida sem rugas de expressão. Tenho exercitado minha auto-análise e sempre tentando descobrir de onde vem o meu incomodo. Isso me deixa mais livre e mais consciente dos meus sentimentos. Tenho tentado me dar conta de todos os sentimentos físicos da angustia, tristeza, ou seja lá o nome que damos pra cada sentimento que nos aparece e nos incomoda. Nosso estomago é sem sombra de dúvidas o centro de todos eles.
Sem mais delongas, preciso de certo egoísmo, de certo individualismo, de certo internamento, de certo discernimento, de certo acompanhamento, comigo mesma.
Foto em San Telmo

sexta-feira, 9 de abril de 2010


Estou num dilema espiritual entre Nelson Rodrigues e Clarice Lispector. Mas até que tenho me segurado bem.
Hoje eu estou numa preguiça mortal. Tinha tempo que não passava uma tarde sem fazer nada. To sem coragem de estudar meus textos, fazer minhas obrigações e coisa e tal. E olhe que nem estou achando as matérias “aburridas” nem nada. Preguiça MESMO. Sem saber se queria estar em casa ou aqui. Aquele sentimento que de vez em quando a gente tem e fica com preguiça de desvendar de onde vem. Bom, nesse instante eu não quero desvendar o que eu gostaria de estar fazendo, onde e muito menos com quem. Queria parar o tempo, pra ficar inerte, só pensando, sem ter que me preocupar que daqui a umas 18h eu tenho que estar na sala de aula com um monte de textos de semiótica (em espanhol arcaico – diga-se de passagem) lidos e interpretados. Fora um grande texto sobre a iniciação do pensamento científico sobre (sobre o que mesmo? Ainda não li) pra a aula seguinte dessa. Não que eu não goste. Gosto muito até. Mas sabe aqueles dias da falta de coragem? TO NELES!
Dinho veio semana passada. Me deixou na saudade... Fiz manha até não poder mais, enrolei na cama até não poder mais, abracei e beijei até não poder mais. Não posso mais...
Fomos no Caminito, em San Telmo, na Recoleta (que é onde eu moro), no cemitério (onde tiramos essa foto), na Av. Libertador...
Ele foi e Jamile veio. Conheci Jamile aqui. Ela é de Salvador também e está passando a semana aqui em casa. Era pra ela já ter voltado, mas resolveu ficar mais uns dias aqui e pediu uma força, já que teve que sair do apartamento que tava alugando. Bom, está sendo legal. Ela é uma pessoa bacana e bem tranqüila. É bom chegar em casa e não estar sozinha, comer com alguém, conversar...
Na faculdade ta legal. Ontem conversei com uma menina que se parece com a gente. Foi muito gentil. Vou ver se chamo ela qualquer dia pra fazer alguma coisa. Conheci também uma chilena gente boa. Aos pouquinhos acho que vou me ajeitando.
To ouvindo um texto de Lispector que fala muito de mim. Acho que saí da cabeça dela. Vou dividir isso com vocês também: http://www.youtube.com/watch?v=E5CX_PX0gVs Espero que vocês igualmente compartam dessa experiência comigo. Dinho que me apresentou.
Hoje acordei ás 7h da manhã e ainda estava escuro. Passei o resto do dia em casa. E continuo em casa sem querer sair. As meninas me chamaram pra fazer várias coisas, mas to sem vontade de sair. Amanhã eu quero fazer algo. Hoje não.
Hoje acho que to com preguiça de pensar como Clarice. Com aquela falta de coragem que comentei lá em cima, de desvendar de onde vem minha angústia. Mas talvez seja essa falsa ilusão de que eu amo realmente as coisas. Sem muitas vezes perceber que não aceito minha natureza, sempre achando que só porque contive meus crimes eu me acho de amor inocente. E como eu posso amar a grandeza do mundo se não posso amar o tamanho de minha natureza?